Por que startups precisam de tanto investimento

Por que startups precisam de tanto investimento

Se você acompanha o noticiário sobre economia, negócios ou inovação, com certeza ouviu falar bastante nos últimos meses sobre investimentos em startups. Sejam estes investimentos vindos de fundos de venture capital, como o famoso Soft Bank e seus investimentos em empresas como Rappi e Quinto Andar, ou vindos de empresas tradicionais como Eurofarma e Duratex que recentemente anunciaram fundos para investimentos em startups, ou até mesmo de pessoas físicas através de clubes de investimentos, como a Agroven  (clube especializado em Agritechs), ou plataformas de crowdfunding.

Diferente do que alguns acreditam, Startups não são simplesmente empresas de tecnologia. São empresas que conseguem, através de um modelo inovador, criar um produto ou serviço que possa ser oferecido repetidamente sem um aumento proporcional de seus custos operacionais e, serem altamente escaláveis, ou seja, um negócio que consiga atingir um grande número de  pessoas sem que tenha um grande aumento dos seus custos operacionais.

Do próprio modelo, inclusive, vem a explicação do por que as Startups “dão prejuízo” e precisam de investimento em seus primeiros anos de vida.  

Encontrar um modelo de negócio altamente escalável e que não tenha um custo de venda e produção considerável parece algo muito atraente, certo? Logo, assim que essas startups encontram tal modelo, elas precisam acelerar rapidamente seus investimentos em produto, para oferecer exatamente o que o cliente deseja, e em marketing, para se consolidarem em seus mercados, e serem a primeira opção nas cabeças de seus clientes. Depois disso, estão prontas para usufruírem amplamente da escalabilidade que conseguiram.

O Gráfico acima representa bem o “fluxo de caixa” de uma startup, com um longo período de investimento intenso, o que acaba gerando um caixa negativo, seguido por um período de retorno destes investimentos. Se pararmos para analisar, praticamente qualquer modelo de negócio funciona assim, com um período de investimentos (fluxo de caixa negativo), para depois começar a colher os frutos. Nas startups, porém, como geralmente se trata de uma escala global ou pelo menos nacional de alcance dos produtos, estes períodos acabam sendo mais alongados.

Quer ver como funciona na prática? Dá uma olhada no gráfico de geração de caixa da Netflix dos últimos anos. Empresas como Google e Facebook, seguiram mais ou menos o mesmo caminho.

Em resumo, o modelo financeiro das startups não se diferencia muito de negócios tradicionais, no entanto a sua grande possibilidade de escala e, em alguns casos, as poucas barreiras de entrada para um novo concorrente, fazem com que nesse modelo as empresas optem por períodos maiores de investimento e, consequentemente, precisem acessar mais intensamente o mercado de capitais. Em um próximo artigo vou falar um pouco mais sobre como funcionam esses investimentos.